top of page

Qual foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?



Esse foi o convite de uma amiga para fazer uma prova no MAR. No primeiro momento eu pensei: está bem maluca essa minha amiga, imagina eu no mar…


Daí comecei a encarar a possibilidade, uma vez que estou treinando na piscina e estou treinando bem, fazendo uma km boa.


E comecei a imaginar o que me impedia de pensar nessa possibilidade, porém sem muito tempo para definir, afinal de contas as inscrições do primeiro lote iam até aquele final de semana. O convite foi feito no Sábado e no Domingo estava eu na frente do computador fazendo a inscrição, com um mega frio na barriga.


Medo mesmo, foi a primeira coisa que veio de sensação. Medo de não dar conta, medo do mar, medo de me afogar, medo de não poder colocar o pé no chão, medo de chover no dia, medo de pegar um tempo ruim e o mar ficar muito mexido, medo do tubarão (sim, esse medo sempre vem quando entro no Mar, rs). Medo de tanta coisa que eu só pensava: por que me inscrevi mesmo? E se eu contar para os meus pais? Eles vão falar para não ir. E agora, já estou inscrita.


E os dias foram passando e fui me acalmando, focando na técnica e continuei treinando na piscina, na verdade me empolguei mais para treinar e foquei no que era importante.


É interessante perceber nosso mindset no processo. Nosso cérebro conversa o tempo inteiro conosco. Dizem que produzimos cerca de 300 a 1000 palavras por minuto. É muita conversa interna. Alguns pensamentos me impulsionavam para ir à prova, do frio na barriga ao desafio gostoso do novo, da surpresa, da sensação de estar viva. Do outro lado alguns pensamentos também vieram e toda vez que eles apareciam eu pensava: o que disso é verdade mesmo? E isso foi me acalmando nos dias que vieram. Tive quase um mês para continuar me preparando para essa primeira prova. A metragem é curtinha serve exatamente para quem está começando a nadar no mar. Foram 500 m. Inclusive é um mega incentivo do Circuito Mares que a cada ano traz mais e mais atletas para a prova.


Foi interessante perceber meu processo antes, durante e depois da prova.


Quando chegamos na praia fizemos o reconhecimento do lugar, assistimos algumas largadas antes da nossa e ficamos na areia apreciando o movimento que é bem interessante.


Pessoas animadas, felizes e superando seus desafios. Algumas mais experientes e outras começando. Entramos na água para o corpo entender o que estava acontecendo e a água estava bem gelada, ou nosso corpo estava bem quente. O dia estava lindo, um sol para cada um da praia e um movimento de alta energia.


Fomos para o briefing que acontece antes da prova e lá minha cabeça já começou a pensar de como seria a prova. Um lado meu estava bem ansioso pelo novo e outro só pensava: você sabe a técnica e vai dar tudo certo.


Um pouco antes de entrar vimos um cara saindo da água passando mal e os bombeiros logo atenderam o rapaz e daí tudo aquilo que parecia estar tranquilo foi para o buraco. Disparou em mim um pensamento: será que é um sinal, nem avisei meus pais, o que eu faço? Desisto agora? Daí minha amiga percebeu minha cara de tensão e falou: bora focar na alegria do pessoal chegando da prova. E isso foi um alívio, ficar olhando o pessoal chegar foi me deixando mais tranquila de ver tanta gente feliz, superando seus desafios, inclusive os Portadores de Deficiência Física fazendo bonito e na verdade eles foram o meu grande incentivo de ir realmente ao mar.

Tocou a buzina e lá fomos nós: frio na barriga, coração vibrando fortemente, ansiedade, medo, tudo junto e ao mesmo tempo. Um monte de mulher entrando juntas ao mar. As primeiras braçadas foram mais difíceis, acostumar-se com a respiração e as marolinhas, aquele movimento da água do mar, o gosto salgado, o não da pé, e agora? Tudo isso me deu uma vontade de desistir e voltar para traz. Porém negociei com o medo e fui. Estar preparada emocionalmente ajuda bastante também. Só lembrava do meu professor de natação: foca na técnica, você consegue.


E daí o medo foi passando, olhar para aquelas mulheres ao meu lado foi dando um alivio, e quando percebi estava nadando e curtindo aquela natureza da praia Guaiuba no Guarujá. Aquele dia lindo, o sol refletindo na água, as pessoas que ficam em volta dando apoio de olho na gente, um lugar seguro, sem perigo e percebi o quanto estava preparada e amparada. Isso foi me dando um gás e uma energia maravilhosa. E quando me dei conta já estava de volta. E a sensação de que podia mais, que 500m era pouco mesmo.


Ao sair da água fica uma equipe MARAVILHOSA incentivando e elogiando. É um corredor do AMOR, um corredor de superAÇÃO, um corredor de VIDA.


Passar pela linha de chegada é uma emoção gigante de superar o Desafio de algo pela primeira vez.


Sempre vale a pena, mesmo com medo. Meu maior aprendizado é não deixar os pensamentos tomarem conta e treinar. Treino é tudo!


Sentimento de confiança, superação, segurança e alegria.

Bora pra próxima: Desafio fazer 1km em Fev. 2022. Quem vem junto?





Escrito por Gomér Gonzaga

Apaixonada por pessoas e pelo comportamento humano. Uma aprendiz do mundo em constante evolução e transformação. Inspiradora e facilitadora de processos de autoconhecimento, conectando presença para uma vida com mais sentido. Empreendedora / Psicóloga / Professora /Coach / Mentora



Foto: Sérgio Souza

Circuito Mares

77 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

TOKYO 2020

bottom of page